2015- IMHO*
*( In My Humble Opinion)
Mas lembremos que essa eleição consiste na realidade em 650 eleições totalmente distintas, tantas quantas os círculos eleitorais uninominais e onde é eleito o candidato que obtenha pelo menos mais um voto que todos os outros.
Esses círculos eleitorais são classificados como sendo de maiorias sólidas ou marginais para os actuais titulares e desses cálculos dependem todas as estratégias partidárias.
Mas analisemos as perspectivas de cada Partido :
UKIP
Foi a primeira vez em mais de cem anos a vitória eleitoral não pertenceu nem ao Partido Conservador nem ao Partido Trabalhista e a proeza foi conseguida por um Partido radical anti-europeu e que conta com apenas dois assuntos na sua agenda política : A saída do RU da UE e medidas severas anti-imigração e anti-imigrantes. Depois desta estrondosa vitória não terá razões para fazer compromissos e já anunciou a decisão de concorrer ao Parlamento sobretudo nos círculos eleitorais onde o Partido Conservador tem uma escassa maioria impedindo totalmente uma vitória destes na próxima eleição e mesmo num futuro previsível.
Partido Conservador
Ficou em terceiro lugar no que constituiu uma humilhação para a sua liderança e a perda de eleitorado para o UKIP é de tal ordem que corre o risco de se tornar num Partido irrelevante no panorama político britânico.
A ameaça já tinha feito Cameron prometer para 2017 um referendo sobre a permanência da Grã-Bretanha na UE que defenderia apenas se fosse acordada a repatriação de poderes entretanto perdidos para Bruxelas.
Com esta derrota será tentado oferecer ao eleitorado uma antecipação desse referendo e tornar públicas exigências impossíveis de satisfazer pelos parceiros europeus nas condições actuais.
Hoje mesmo iniciou conversações com Angela Merkel procurando o seu apoio para concessões que possa mostrar aos seus eleitores, defendendo que estas seriam um mal menor face à alternativa do abandono da UE, mesmo que estas significassem abjurar todos os princípios fundadores da Comunidade.
Uma coligação pós-eleitoral com o Ukip manteria o poder mas significaria uma saída automática da UE.
Partido Trabalhista
Ficou em segundo lugar e foi o único além do Ukip a ganhar lugares e votos mas, após anos de um Governo que impôs medidas tão impopulares e que não conseguiu fazer o país sair da crise, exigia-se muito mais e o seu líder Ed Miliband demonstrou tais fragilidades na campanha eleitoral que já se fala na necessidade da sua mudança por alguém que não seja tão pateticamente incapaz.
Liberais-Democratas
A grande surpresa das eleições de 2010 e o seu jovem líder Nick Clegg apareceu como uma alternativa ao bi-partidarismo que demonstrava claros sinais de esgotamento, mas depois aceitou entrar num governo de coligação e traiu todas as promessas eleitorais tornando-se numa mera bengala dos Conservadores. Hoje é o político mais execrado do RU e em consequência o Partido de que ainda é líder foi totalmente varrido do mapa eleitoral perdendo 10 dos 11 deputados europeus que detinha anteriormente.
Está em marcha um movimento interno para o remover da liderança que parece imparável e muito embora se agarre desesperadamente ao poder o seu fim político julga-se inevitável.
O seu sucessor poderá ser tentado a por fim imediato à coligação provocando eleições antecipadas.
Conclusão
Desaparecido o Partido Liberal-Democrata e sem uma maioria quer dos Trabalhistas quer dos Conservadores e com uma aliança com o Ukip com custos imprevisíveis o país fica ingovernável.
Um bloco central em perspectiva ?