A Gazeta do Middlesex

A Era da...

19/2/2017

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                   A  GAZETA  DO  MIDDLESEX

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“...A importância do Darwinismo Social na história da pseudo-ciencia, do anti-racionalismo e do anti-intelectualismo na América foi sempre subestimada devido a um certo numero de razões, a menor das quais não será certamente a de nunca ter sido, ela que era uma ideologia das classes altas, conhecida por esse nome nos Estados Unidos, mesmo no apogeu da sua popularidade. Contrariamente ao comunismo, ideologia que ficou com um um nome após a revolução bolchevique e tendo um centro geográfico em Moscovo, o Darwinismo Social era, conforme William James sugeriu, uma crença metafisica que se enfeitou com as plumas da ciência. Filosofias indefinidas que se rodeiam por uma aura cientifica amorfa adaptam-se melhor a novas realidades e a novas audiências do que  ideologias bem estruturadas.



Esquecidas nas suas formas originais, mas não desaparecidas, as piores ideias pseudo-cientificas que vêm do Séc. XIX são constantemente recicladas na América sob novos nomes. O Darwinismo Social nunca morreu: Durante a 2ª Guerra aparecia como um baluarte da teoria da eugenia*; em meados do século era parte do “objectivismo” de Ayn Rand; e, mais recentemente como fundamento para os que endeusavam a teoria do mercado, ao ser apresentada, não como uma mera corrente de opinião política, mas sim como uma súmula de factos objectivos. Todas as teorias incluídas no que genericamente se designa por Darwinismo Social podem ser encontradas naquelas linhas imortais que o herói do livro de Ayn Rand, The Fountainhead (1943), profere:
“ O único bem que os homens podem fazer a si próprios, e o que define a única possível relação correcta entre eles está nesta simples frase : ‘Não me toquem !’ (Hands off !). “ Rand era ateia, mas os Americanos foram capazes de traduzir o seu Darwinismo Social para a linguagem da fé: Segundo o que uma recente sondagem revela, a maioria dos Americanos acredita que a frase :”Deus ajuda quem se ajuda a si próprio” vem na Bíblia….”


* Para quem estiver interessado na importância que a teoria da Eugenia teve em Portugal, sobretudo na U. de Coimbra, pode ser ouvida em http://www.pulse-project.org/node/623, (Ctrl+click), uma conferencia proferida por Richard Cleminson, (U. Leeds), em Abril de 2014 na U. de Oxford (Balliol), sob o titulo “Between ‘Latin’ and Germanic Eugenics: The Portuguese Eugenics Movement”. Tendo focado a sua investigação nos anos trinta e quarenta o trabalho do Prof. Cleminson constituirá uma garantida surpresa para muitos.(nt).



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