A GAZETA DO MIDDLESEX
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Profundamente critico da proposta dos Conservadores, a qual estabeleceria que as matérias dizendo respeito apenas à Inglaterra só pudessem ser votadas por deputados Ingleses, aquilo que é conhecido como “Votos Ingleses para Leis Inglesas”, afirmou: “ O Parlamento, que é o Parlamento de todas as nações do Reino Unido, não pode transformar-se de vez em quando numa Assembleia Inglesa em part-time, e não respeitar esta condição será ir contra os interesses do país.”
Mas foi Seumas Milne quem explicou mais claramente a situação num artigo há dias publicado:
“(...) então eles (os Conservadores) recorrendo a uma táctica desesperada, tentam agora inflamar o nacionalismo Inglês e voltar os povos da Grã-Bretanha uns contra os outros. Com o apoio entusiástico de uma imprensa quase toda propriedade de plutocratas vivendo no estrangeiro para fugirem ao pagamento de impostos, eles agora afirmam que os Ingleses seriam reféns de um governo chefiado por Ed Miliband e dependente do apoio do SNP.
Os Escoceses, a quem foi suplicado no referendo do ano passado para que se mantivessem no Reino Unido, são agora apontados como sendo uma ameaça estrangeira.
John Major, o antigo Primeiro-Ministro dos Tories, tendo sido ele próprio dependente do apoio dos Unionistas da Irlanda do Norte, vem agora afirmar que um governo trabalhista necessitando dos votos dos nacionalistas da Escócia estaria vulnerável a “chantagem”. Nicola Sturgeon, a líder do SNP, seria segundo Major “ a mulher mais perigosa da Grã-Bretanha”, dando a entender que haveria a possibilidade de um “golpe” e de “intimidação fascista”.
Tudo isto não passa de fantasias alarmistas e anti-democráticas. É evidente que terão algum efeito a Sul da fronteira, sobretudo entre os apoiantes do Ukip, cujos votos os Conservadores precisam urgentemente de reaver. Mas aqueles para quem é cara a unidade da Grã-Bretanha não podem ter ambas as situações : Ou a Escócia é parte da União ou não é. Se o é, então os que tiverem o seu voto serão Membros do Parlamento de pleno direito, tal como todos os outros.
Não é por acaso que alguns Conservadores genuinamente partidários da União, como Lord Forsyth, acusaram o Primeiro-Ministro de jogar uma cartada perigosa. Se resultar, e os Conservadores se mantiverem no Governo, terá então sido criado o terreno fértil para que na Escócia seja reclamado um novo referendo sobre a independência. Reclamado e ganho.”
QUE NÃO PODEMOS EXPULSAR"
HIPOTECAS"