A Gazeta do Middlesex

Sozinho e Nú

31/5/2017

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                                      SOZINHO E NÚ

Theresa May recusou-se a entrar num debate televisivo com Jeremy Corbyn. Theresa May é mantida afastada do publico e nas poucas vezes que aparece nas ruas é sempre rodeada por um pequeno grupo de militantes conservadores préviamente escolhidos. No seu discurso há muito que desapareceu a defesa das sua propostas de Governo: Trata-se de repetir ad nauseam três soundbytes : "Eu sou uma líder forte", "Jeremy Corbyn é fraco", "Eu sou a unica a ser capaz de lutar pela Grã-Bretanha nas futuras negociações do Brexit".
Mesmo assim não foi capaz de recusar uma entrevista à Sky News na passada segunda-feira. Aí mostrou o que era: Uma mulher autoritária incapaz de enfrentar o escrutinio de publico e jornalistas que não fossem seu submissos apoiantes. A certa altura foi vaiada pela assistencia. E a assistencia, perante a incongruencia do que dizia, noutra altura riu-se dela. O entrevistador, o muito famoso Jeremy Paxman, foi como sempre implacavel. Não é por acaso que é conhecido por Rottweiler. Numa celebre intrevista ao então líder Conservador Michael Howard, e perante as evasivas deste em responder a uma pergunta, repetiu-a doze vezes seguidas. Creio que com May desta vez bateu o seu próprio recorde.

Quando foi a vez de Corbyn ser entrevistado tudo foi diferente, Calmo e sorridente criou de imediato empatia com a audiencia que a certa altura se riu com ele. Perante Paxman foi capaz de manter a compostura, o que não foi pouco dada a barragem de perguntas, todas mais que melindrosas, sobre tudo o que disse e fez nas ultimas décadas.

Com as sondagens a fazer minguar diáriamente a vantagem dos Conservadores, com a percepção do eleitorado sobre Corbyn a melhorar constantemente, indo de incompetente e imprestável, segundo dizia a máquina de propaganda da direita, a alguém que foge ao estereotipo do politico por ser humano, justo e integralmente honesto, o panico instalou-se nas hostes conservadoras.

Como sempre acontece com os Tories quando sentem o seu poder ameaçado, instalou-se a politica do vale tudo:
Ontem Theresa May num discurso afirmou que "Se for Jeremy Corbyn eleito Primeiro-Ministro e vier a representar a Grã-Bretanha nas conversações com a União Europeia entrará na sala das negociações 'Sózinho e nú'.
Agora digam lá que tipo de pessoa tem Theresa May de ser para ser capaz de descer tão baixo.
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Recomeçar

27/5/2017

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                                           RECOMEÇAR

Depois do horror acontecido na Manchester Arena, quando a campanha eleitoral  ganhava cada vez maior intensidade, parecia impensável poder voltar-se às tricas partidárias, às jogadas políticas tantas vezes sujas. Mas lentamente, relutantemente, a lei da vida impôs-se e aqui estamos de novo tentando dar conta do que se vai passando.
Parece que o que acontece nestas ilhas pouco tem a haver com a realidade Portuguesa. Puro engano: Tudo influencia tudo e a alegoria tantas vezes descrita de o bater de asas de uma simples borboleta numa ilha do Pacifico que põe em marcha uma sequencia de eventos que acabam por resultar num ciclone nas Caraíbas, tem agora neste mundo interconectado uma nova força.
A Gazeta é uma ténue voz praticamente inaudível na cacofonia da Net. Mas gostaria de contar uma pequena história cuja moral vai dando forças para que continue: Numa pequena novela publicada em Itália no pós-guerra onde se relatam episódios da resistência popular ao fascismo pode-se ler:

“O que mantém déspotas e ditadores acordados durante a noite, o que faz derrubar impérios do mal, é o pequeno cidadão anónimo que sozinho durante a noite vai à praça principal e risca numa parede a palavra NÃO.” Este é o meu.



https://youtu.be/HxN1STgQXW8

Foi consensual entre quem se dedica à política no Reino Unido que o ataque terrorista de Manchester jogava a favor dos Conservadores. Não era afinal Theresa May que se definia como oferecendo uma liderança “forte e estável”, tão necessária neste tempo cheio de ameaças? Não era Jeremy Corbyn apontado pelos media apoiantes da direita, (que são quase todos), como sendo fraco, e muito pior, ser pelo menos complacente com o terrorismo?


Os ataques a Corbyn tornaram-se pouco menos do que histéricos com acusações directas de ter tido ligações a terroristas do IRA. Outros falavam em contactos com o Hamas. Certamente que após o que se passou em Manchester este vendaval de mentiras seria o funeral do partido Trabalhista e uma vitória colossal da direita nas eleições.


Mas, aparentemente, não é assim: Uma vantagem de 21 pontos a favor dos Conservadores no inicio da campanha eleitoral foi-se reduzindo gradualmente até ser, segundo uma sondagem realizada após os acontecimentos de Manchester , de apenas 5 pontos.
O eleitorado ignorou os ataques pessoais a Corbyn e valorizou as propostas contidas no Manifesto Eleitoral dos Trabalhistas e condenou as medidas defendidas pelos Conservadores.
Esta aparente surpresa do comportamento do eleitorado não é porém inédita: Durante as eleições de 2015 a jovem deputada do Labour Jo Cox foi barbaramente assassinada por um militante de extrema-direita. Esperava-se que o crime se traduzisse numa maior votação nos Trabalhistas, mas o que aconteceu foi terem os Conservadores conseguido a primeira maioria no Parlamento em mais de vinte anos.
E serão as medidas propostas por uns e outros o assunto dos próximos posts.


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May 23rd, 2017

23/5/2017

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Let June be the End of May

22/5/2017

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                       LET JUNE BE THE END OF MAY


Que em Junho seja o fim de May (Maio). É o trocadilho que corre entre os oposicionistas ao Governo de Theresa May usando o facto de ser Maio o seu apelido e serem em Junho as próximas eleições para o Parlamento.

Creio ser abundantemente claro em que lado político se posiciona A Gazeta do Middlesex mas, independentemente disso, parece ser insofismável que desta vez não se pode dizer que competem dois Partidos políticos quase idênticos, um com uma ideologia de Direita e com políticas neo-liberais e outro formalmente de Esquerda mas que se converteu às ideias e práticas do primeiro. Não, agora no Reino Unido as diferenças entre os dois Partidos não podem ser mais claras e no próximo dia 8 de Junho a escolha que se apresenta ao Povo Britânico não pode ser mais radical.


As medidas apresentadas ao eleitorado nos respectivos Manifestos Eleitorais são um retrato fiel da verdadeira face de Jeremy Corbyn e de Theresa May. Algumas aqui se vão transcrever factualmente, embora acompanhadas pela opinião da Gazeta. Será fácil ao leitor destrinçar onde ambas começam e acabam. Quando as eleições antecipadas foram anunciadas a 18 de Abril, o Partido Conservador apresentava uma vantagem em relação aos Trabalhistas de 21 pontos percentuais, vantagem essa hoje reduzida a 9 pontos. É caso para ter esperança na vitória ? É consensual, mesmo entra nós militantes trabalhistas, que não: A ecologia com que nos debatemos é profundamente hostil com 80% da Imprensa escrita nas mãos de 5 multi-milionários que orquestram diariamente uma campanha de assassinato de carácter contra Jeremy Corbyn, em que não há calunia nem mentira por mais vil que não tenha lugar. A independência e a imparcialidade de BBC todos os dias se constata ser uma coisa do passado, mas estando mesmo assim ainda a alguma distancia dos canais privados, no seu acinte no ataque à oposição e no seu afã na defesa da Direita. Mas comecemos pelos Conservadores:


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                        POR UM GOVERNO FORTE E ESTÁVEL 
  
  
  Um slogan repetido até à exaustão: Uma vitória dos Partidos da oposição seria a Vitória da Coligação do Caos.
Mas qual o significado profundo da mensagem? Yanis Varoufakis chama-lhe “uma ambiguidade criativa”, deixando a cada eleitor a liberdade de ver nela a reflexão dos seus anseios. Se a isso juntarmos uma recusa em entrar em debates televisivos, manter-se bem longe do publico, entrando apenas em aparições perfeitamente coreografadas, ser acessível somente a jornalistas previamente escrutinados, ter um culto da personalidade como por aqui até agora nunca foi visto, tudo com o fim de catapultar Theresa May aos píncaros como sendo uma líder com mão de ferro, a única candidata a Primeiro-Ministro capaz de enfrentar com uma bravura churchiliana os inimigos da Pátria acoitados no covil de Bruxelas, então teremos uma ideia do que é oferecido ao eleitorado: Votem por uma líder forte, confiem numa líder forte capaz de fazer aquilo que desejam.

Apresentadas as coisas assim não existe a necessidade de demonstrar como. Não há razão para pedir pormenores, exigir detalhes. A realidade eclipsada pela “liderança”. As políticas a adoptar substituídas pela “confiança”. “I will make America great Again !” Será possível que depois de tudo o que já aconteceu tamanha vacuidade tenha tracção entre o eleitorado Britânico e faça ganhar votos? Se acreditarmos nesta retórica de guerra, se em Theresa May confiarmos cegamente, que seja capaz de nos guiar nessa luta contra a Europa, nessa terríveis e misteriosas “negociações” em que se recusa a mostrar antecipadamente aquilo que vai querer para nós, é altura de nos perguntarmos se isso é o que merecemos e se na realidade estamos em 2017 e a Grã-Bretanha é um dos maiores países Europeus.

Theresa May foi até há bem pouco a Ministra da Administração Interna, logo responsável pela imigração. Durante seis anos proclamou ir reduzi-la às dezenas, em vez de centenas de milhar, e todos os anos falhou estrondosamente. A imigração é para ela um caso pessoal, os estrangeiros são gente que há que correr do país. Se ganhar as eleições com uma larga maioria esse será o seu objectivo principal como uma verdadeira Líder. “A arte da liderança consiste em focar a atenção do povo contra um único adversário e conseguir que nada faça desviar essa atenção” Infames palavras escritas no Mein Kampf por um infame líder. Faz tremer pensar que no dia 8 de Junho haja gente que esteja pronta a entregar os destinos da Nação a uma só pessoa cujos verdadeiros desígnios são desconhecidos, ignorando que “uma liderança forte e estável” traz por vezes terríveis consequências.

Próximo post: O Manifesto Conservador- O Imposto sobre a Demência

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O Terço de Joana

13/5/2017

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                                     O TERÇO DE JOANA


O de Fátima evidentemente. Não são as poucas fotos que vi que me dão o direito a ter opinião sobre a obra. Nem mesmo se a tivesse podido apreciar in loco o meu juízo não deixaria de ser sempre parcial, reflectindo apenas a minha capacidade de apreciar a arte a qual que deriva evidentemente da minha educação e origem social.

Mas outra coisa é opinar sobre as reacções que a criação de Joana Vasconcelos provocou, as quais, pelo que li, vão da chacota ao escárnio, com comparações espúrias com coisa parecida existente no sertão Brasileiro.
E aqui entra a história de Waddesdon onde se exibe uma outra criação da artista. Outras latitudes, outras culturas, são a causa provável que aí o trabalho de Joana tivesse merecido melhor aceitação, história essa que pode levar o leitor a concluir que o terço de Joana talvez afinal mereça um olhar mais atento.

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Waddesdon é a casa ancestral dos Rothschild, talvez a mansão senhorial mais bela de Inglaterra. Não é a mais imponente nem a mais sumptuosa: Esse título pertence a Blenheim, lugar de nascimento de Churchill, que não fica muito distante. Mas Waddesdon é uma surpresa para quem lá vai pela primeira vez: Um castelo Francês da Renascença em pleno Buckinghamshire. Uma família de grandes coleccionadores, os Rothschild fizeram do palácio um museu de obras de arte sem paralelo. Diz-se que o Barão James apenas comprava peças às casas reais da Europa e o resultado foi uma fabulosa colecção que constitui o mais bem conseguido casamento entre dinheiro e bom gosto.

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Pois na alameda que dá acesso ao palácio, ladeando a entrada nobre, duas esculturas fazem guarda a quem chega: Duas estruturas compostas por algumas centenas de garrafas magnum de Chateau Lafite Rothschild. Em ambas uma pequena tabuleta esclarece o visitante dizendo que são obra da “Artista Portuguesa Joana Vasconcelos”. Mentiria se dissesse que quando as vi não senti o doce calor de um patriotismo que de mim tão arredado tem estado. Santos de casa não fazem milagres diz o ditado: Em Fátima, terra deles, Joana não teve a graça de o receber e ser apreciada, mas aqui, tão longe de casa, foi bafejada por um e bem grande.
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La Haine

10/5/2017

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                                          LA  HAINE



Os laços e as semelhanças de objectivos entre os defensores do Brexit e a extrema direita Francesa foram cedo evidentes. Os ataques e os insultos feitos à UE por figuras gradas do partido Conservador, tais como Lord Howard e Lord Tebbitt, ambos antigos líderes, seguidos a curta distancia pela própria Primeira-Ministra a qual em diversas declarações públicas foi de uma enorme violência verbal contra os dirigentes Europeus, aqueles cuja boa vontade em principio deveria cultivar, tinha, como continua a ter, dois objectivos bem claros:
O primeiro consiste na promoção do nacionalismo e o patriotismo como arma contra os que são contra o Brexit. Quando num combate político um dos lados se afirma como tendo o exclusivo desses valores, vilificando ao mesmo tempo os opositores por os traírem, então sérias questões devem ser postas sobre o estado de saúde da Democracia, muito mais quando se constata o quase monopólio dos media de extrema Direita.
O segundo é a preparação da opinião pública para os enormes custos sociais e economicos de um Brexit sem qualquer espécie de acordo com a UE, uma inevitabilidade cada vez mais assumida. Então, o que a poderosa máquina de propaganda do poder irá proclamar é que o Brexit seria em si uma maravilha para o povo Britânico, não fossem as maquinações dos indignos  Europeus negando ao Reino Unido o que lhe era devido por direito próprio.



Neste esquema de coisas uma vitória de LePen seria um fantástico acontecimento: Uma Europa destruída por dentro, uma Europa dividida tornada presa fácil para as ambições da direita Britânica, um prémio que valia o preço de acicatar o ódio entre Britânicos e Europeus. Não aconteceu assim, felizmente, e no rescaldo da derrota de LePen a organização Leave.Eu que dirige o Brexit publicou o seguinte tweet como comentário à vitória de Emmanuel Macron:


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                                          “Os Franceses renderam-se como em 1940. Desta vez

                                     pouparam aos Alemães o gasto em combustível e em balas”


Dificil imaginar maior insulto à França e aos Franceses. Resta lembrar que, se em 1940 a França foi temporariamente derrotada no combate ao fascismo, em 2017 foi vencedora. Oxalá que a 8 de Junho possam o Britânicos emular o feito. Entretanto a divisão entre os Europeus e Ingleses vai sendo deliberadamente atiçada, como prova o desenho abaixo que começou a correr. A absoluta falta de escrúpulos e a sede de poder a qualquer preço tem destas coisas. E se esse for o real resultado do Brexit então ele irá ser pago por muitas futuras gerações.


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Epifanias e mea-culpas

6/5/2017

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                                            EPIFANIAS  E  MEA-CULPAS



No passado dia 18 de Abril, uma terça-feira, e por volta das onze da manhã, a Primeira-Ministra saiu solene pela porta do Nº 10 de Downing Street e, dirigindo-se a um púlpito previamente colocado no local, falou ao povo participando às gentes atónitas que iria convocar eleições para o próximo dia 8 de Junho.

Quando digo que as gentes ficaram atónitas não uso uma hipérbole para classificar o sentimento geral : Mesmo na semana anterior Theresa May tinha garantido que jamais daria esse passo, uma das onze vezes em que repetiu publicamente a mesma promessa nos últimos meses: Definitivamente, irrevogavelmente, expressamente, peremptoriamente, um categórico não a eleições antecipadas. O que teria acontecido para tão dramático volte-face ?
E May explicou pacientemente, como quem fala às criancinhas, a razão da sua súbita mudança de posição. Contou ela que no Domingo dia 16, enquanto passeava nas montanhas do Norte do País de Gales, um sitio de esmagadora beleza natural, teve um súbito sobressalto espiritual e algo lhe disse para tomar essa decisão. Imaginemos a cena : A Primeira-Ministra caminhando só por entre aqueles vales profundos e montanhas majestosas, sem nada entre ela e o universo infinito, sem nada entre ela e o Criador , e de repente, zás!, como que um raio caído a seus pés fez-se-lhe luz no espírito: Habemus electiones !
Não foi Moisés que conduziu por quarenta anos através do Sinai o seu povo rumo à Terra Prometida ? Pois há coisas que estão fora do alcance do nosso entendimento, nós meros mortais que somos. Será excessivo comparar aquela terra onde corria o leite e o mel com a Grã-Bretanha após Brexit, e o malvado do faraó que escravizava o seu povo com a vil Comissão Europeia ? Responda quem souber, mas muitos nestas ilhas acreditam que isso é um facto.


Mas, na realidade, Theresa May não podia por si só convocar eleições antecipadas: Acontece que em 2011, durante o governo de coligação entre Conservadores e Liberais-Democratas e por iniciativa destes últimos, tinha sido aprovada no Parlamento uma lei conhecida como Legislatura Parlamentar a Termo Fixo que impedia que o Primeiro-Ministro pudesse dissolver a Câmara a seu bel-prazer e quando bem entendesse. Duas excepções eram porém contempladas e que permitiam antecipar o acto eleitoral: A derrota do Governo tendo apresentado uma moção de confiança, e o voto favorável a uma dissolução por, pelo menos, ⅔ dos Parlamentares.
Dada a composição actual do Parlamento eram necessários os votos dos Trabalhistas para que o anuncio de Theresa May não passasse de uma mera intenção, e afigurava-se, a todos nós militantes do Labour, que isso era uma impossibilidade total dado o estado de divisão interna vivido nestes últimos anos. Nomear 650 candidatos a Deputados, tantos quantas as circunscrições eleitorais, redigir e publicar o Manifesto Eleitoral o qual, contrariamente ao que se passa em Portugal com o Programa dos partidos, é bastante detalhado nas medidas com que se compromete tomar, planear a campanha circunscrição a circunscrição, tudo em menos de dois meses era obviamente impossível.


A expectativa era portanto que Jeremy Corbyn desse instruções aos seu grupo parlamentar para votar contra as eleições antecipadas, pondo assim fim ao projecto de Theresa May.
Razões para justificar o voto não faltavam : Afinal não afirmava a Primeira-Ministra que não autorizaria um segundo referendo na Escócia enquanto decorressem as negociações do Brexit, porque “isso seria dividir o país quando mais do que nunca era necessária unidade para que o Reino Unido obtivesse um bom acordo com Bruxelas.” ?
Afinal o que pode ser mais divisionista do que umas eleições gerais ?
Mas Corbyn, sem consultar ninguém, deu ordens ao grupo parlamentar para votar com os Conservadores para “ mostrar que o partido não tem medo das eleições”. Esta bravata irresponsável corre o risco de destruir o que resta do Labour e abrir a porta a um governo da direita com uma maioria reforçada, governo que dá mostra de tiques mais do que autoritários.
A mim, que apoiei Jeremyn Corbyn desde o primeiro minuto, resta-me o arrependimento e este mea culpa publico. Nada pior do que belos sonhos que acabam em destroços.



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