A Gazeta do Middlesex

Carnavais

11/2/2018

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                     A  GAZETA  DO  MIDDLESEX

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                                           CARNAVAIS

O grupo carnavalesco auto intitulado o “Porão do DOPS” queria desfilar no Carnaval da Cidade de S. Paulo. O nome, Departamento de Ordem Política e Social, refere a sinistra policia política criada em 1924 com o fim de combater os oponentes à ditadura do “Estado Novo”, (não, Salazar não foi o criador do termo...), e que ganhou nova reputação de brutalidade durante a ditadura militar de 1964-1985. “Porão” é o termo Brasileiro que designa a cave de um edifício, neste caso a da sede dessa policia, onde tantos crimes foram cometidos. Torturas, prisões ilegais e execuções sumárias aí tiveram lugar, tendo-se destacado como sendo dos piores torcionários do regime militar o chefe do Dops Sérgio Paranhos Fleury e o Coronel Carlos Brilhante Dustra. Em 2014 foi publicado um relatório oficial onde se deu a conhecer a extensão dos crimes que causaram centenas de vitimas.
Porém, para o Ministério Publico do Estado de S. Paulo, (aqui felizmente no papel de “bons da fita”), já o simples facto de o grupo ostentar o nome “Porão da Dops” era uma maneira de enaltecer os crimes de tortura cometidos, e uma apologia dos torturadores e assassinos, e decretou a proibição do grupo participar nos corsos de Carnaval. Este recorreu, alegando que não pretendia fazer uma defesa da tortura mas sim “uma desmistificação” da Ditadura Militar e uma Juíza, Daniela Pazetto, acolheu os argumentos dos reclamantes e anulou a proibição, por “violar a liberdade de expressão”. Mas o MP não se deu por vencido e recorreu para um Tribunal Superior, que voltou a confirmar a proibição.

Noutras latitudes mais setentrionais porém, outro MP decidiu entrar de roldão no Ministério das Finanças para fazer uma devassa ao gabinete do Ministro, que é simultaneamente Presidente do Euro-grupo, sob o pretexto que este se teria deixado corromper a troco de dois bilhetes para um jogo de futebol. O argumento, de tão ridículo e infantil, levou a que da diligencia nada resultasse , mas o labéu ficou com a mancha no carácter do Ministro indelével.

Mas a lição foi dada, e é bom que os Portugueses a não esqueçam: Se um Governante tão importante pode ser enxovalhado desta maneira então ninguém está seguro, até porque, nestas coisas da Justiça, em Portugal, não há os que sejam os “bons da fita”.



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