A GAZETA DO MIDDLESEX
CARNAVAIS
Porém, para o Ministério Publico do Estado de S. Paulo, (aqui felizmente no papel de “bons da fita”), já o simples facto de o grupo ostentar o nome “Porão da Dops” era uma maneira de enaltecer os crimes de tortura cometidos, e uma apologia dos torturadores e assassinos, e decretou a proibição do grupo participar nos corsos de Carnaval. Este recorreu, alegando que não pretendia fazer uma defesa da tortura mas sim “uma desmistificação” da Ditadura Militar e uma Juíza, Daniela Pazetto, acolheu os argumentos dos reclamantes e anulou a proibição, por “violar a liberdade de expressão”. Mas o MP não se deu por vencido e recorreu para um Tribunal Superior, que voltou a confirmar a proibição.
Noutras latitudes mais setentrionais porém, outro MP decidiu entrar de roldão no Ministério das Finanças para fazer uma devassa ao gabinete do Ministro, que é simultaneamente Presidente do Euro-grupo, sob o pretexto que este se teria deixado corromper a troco de dois bilhetes para um jogo de futebol. O argumento, de tão ridículo e infantil, levou a que da diligencia nada resultasse , mas o labéu ficou com a mancha no carácter do Ministro indelével.
Mas a lição foi dada, e é bom que os Portugueses a não esqueçam: Se um Governante tão importante pode ser enxovalhado desta maneira então ninguém está seguro, até porque, nestas coisas da Justiça, em Portugal, não há os que sejam os “bons da fita”.