A Gazeta do Middlesex

Let June be the End of May

22/5/2017

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                     A  GAZETA  DO  MIDDLESEX

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                       LET JUNE BE THE END OF MAY


Que em Junho seja o fim de May (Maio). É o trocadilho que corre entre os oposicionistas ao Governo de Theresa May usando o facto de ser Maio o seu apelido e serem em Junho as próximas eleições para o Parlamento.

Creio ser abundantemente claro em que lado político se posiciona A Gazeta do Middlesex mas, independentemente disso, parece ser insofismável que desta vez não se pode dizer que competem dois Partidos políticos quase idênticos, um com uma ideologia de Direita e com políticas neo-liberais e outro formalmente de Esquerda mas que se converteu às ideias e práticas do primeiro. Não, agora no Reino Unido as diferenças entre os dois Partidos não podem ser mais claras e no próximo dia 8 de Junho a escolha que se apresenta ao Povo Britânico não pode ser mais radical.


As medidas apresentadas ao eleitorado nos respectivos Manifestos Eleitorais são um retrato fiel da verdadeira face de Jeremy Corbyn e de Theresa May. Algumas aqui se vão transcrever factualmente, embora acompanhadas pela opinião da Gazeta. Será fácil ao leitor destrinçar onde ambas começam e acabam. Quando as eleições antecipadas foram anunciadas a 18 de Abril, o Partido Conservador apresentava uma vantagem em relação aos Trabalhistas de 21 pontos percentuais, vantagem essa hoje reduzida a 9 pontos. É caso para ter esperança na vitória ? É consensual, mesmo entra nós militantes trabalhistas, que não: A ecologia com que nos debatemos é profundamente hostil com 80% da Imprensa escrita nas mãos de 5 multi-milionários que orquestram diariamente uma campanha de assassinato de carácter contra Jeremy Corbyn, em que não há calunia nem mentira por mais vil que não tenha lugar. A independência e a imparcialidade de BBC todos os dias se constata ser uma coisa do passado, mas estando mesmo assim ainda a alguma distancia dos canais privados, no seu acinte no ataque à oposição e no seu afã na defesa da Direita. Mas comecemos pelos Conservadores:


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                        POR UM GOVERNO FORTE E ESTÁVEL 
  
  
  Um slogan repetido até à exaustão: Uma vitória dos Partidos da oposição seria a Vitória da Coligação do Caos.
Mas qual o significado profundo da mensagem? Yanis Varoufakis chama-lhe “uma ambiguidade criativa”, deixando a cada eleitor a liberdade de ver nela a reflexão dos seus anseios. Se a isso juntarmos uma recusa em entrar em debates televisivos, manter-se bem longe do publico, entrando apenas em aparições perfeitamente coreografadas, ser acessível somente a jornalistas previamente escrutinados, ter um culto da personalidade como por aqui até agora nunca foi visto, tudo com o fim de catapultar Theresa May aos píncaros como sendo uma líder com mão de ferro, a única candidata a Primeiro-Ministro capaz de enfrentar com uma bravura churchiliana os inimigos da Pátria acoitados no covil de Bruxelas, então teremos uma ideia do que é oferecido ao eleitorado: Votem por uma líder forte, confiem numa líder forte capaz de fazer aquilo que desejam.

Apresentadas as coisas assim não existe a necessidade de demonstrar como. Não há razão para pedir pormenores, exigir detalhes. A realidade eclipsada pela “liderança”. As políticas a adoptar substituídas pela “confiança”. “I will make America great Again !” Será possível que depois de tudo o que já aconteceu tamanha vacuidade tenha tracção entre o eleitorado Britânico e faça ganhar votos? Se acreditarmos nesta retórica de guerra, se em Theresa May confiarmos cegamente, que seja capaz de nos guiar nessa luta contra a Europa, nessa terríveis e misteriosas “negociações” em que se recusa a mostrar antecipadamente aquilo que vai querer para nós, é altura de nos perguntarmos se isso é o que merecemos e se na realidade estamos em 2017 e a Grã-Bretanha é um dos maiores países Europeus.

Theresa May foi até há bem pouco a Ministra da Administração Interna, logo responsável pela imigração. Durante seis anos proclamou ir reduzi-la às dezenas, em vez de centenas de milhar, e todos os anos falhou estrondosamente. A imigração é para ela um caso pessoal, os estrangeiros são gente que há que correr do país. Se ganhar as eleições com uma larga maioria esse será o seu objectivo principal como uma verdadeira Líder. “A arte da liderança consiste em focar a atenção do povo contra um único adversário e conseguir que nada faça desviar essa atenção” Infames palavras escritas no Mein Kampf por um infame líder. Faz tremer pensar que no dia 8 de Junho haja gente que esteja pronta a entregar os destinos da Nação a uma só pessoa cujos verdadeiros desígnios são desconhecidos, ignorando que “uma liderança forte e estável” traz por vezes terríveis consequências.

Próximo post: O Manifesto Conservador- O Imposto sobre a Demência

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