ESCÓCIA
Alex Salmond, o First-Minister da Escócia e líder do SNP (Scottish National Party), de longe o mais capaz e astuto dos políticos do ainda Reino Unido, aproveita as visitas de ministros deste governo à Escócia para, quando anunciam catástrofes cada vez maiores caso vença o Sim, limitar-se a apontar que essas ameaças não passam de arrogância de colonizadores sobre colonizados. Portanto aquilo que era considerada até há pouco uma impossibilidade, a vitória dos pró-independentistas, tem hoje uma forte probabilidade de acontecer.
Se assim for, se o Reino Unido ficar a ser constituído apenas pela Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, ninguém consegue prever o que o futuro reservará.
UKIP
Farage tem nos burocratas de Bruxelas um alvo descomunal para a sua propaganda , não cessando de lembrar que estes não foram eleitos e que gozam de mordomias escandalosas numa Europa em crise.
Infelizmente é fácil para um grande demagogo como ele acirrar a xenofobia, apontando os emigrantes, (um quarto de milhão por ano), como sendo os responsáveis pelo desemprego, falta de habitação, abuso dos apoios sociais e desprezo pelos valores e tradições nacionais.
David Cameron foi forçado a prometer um referendo para 2017 sobre a permanência do Reino Unido na UE e confirmando-se um grande aumento da votação no UKIP nas eleições do próximo mês, será muito difícil com os actuais lideres europeus inverter a dinâmica que levará fatalmente à saída da Grã-Bretanha.
DAVID CAMERON E ANGELA MERKEL
Muito convenientemente nunca mais se falou no assunto, até porque Cameron e Merkel irão tomar exactamente a mesma decisão no curto prazo.
A solidariedade é uma palavra muito bonita, mas os jovens dos países do Sul da Europa, jovens sem presente e sem qualquer esperança de futuro, estão a sair muito caros aos países ricos do Norte, que se preparam para lhes fechar a porta na cara.
Então acabará o direito dos cidadãos comunitários em residir em qualquer país da União, direito esse que era, é bom lembrar, o principio constitutivo do ideal europeu, pois sem a livre circulação de pessoas e bens a União Europeia, tal como a entendemos presentemente, terá deixado de existir de facto.
Restará talvez o euro como uma excrescência do defunto projecto europeu, euro que não será mais do que o Marco alemão sob outro nome, além de continuar para os países do Sul a eterna canga da divida.
BERLIM E KIEV
Ora começam a ser demasiados filhos para uma só mãe e é altura de fazer escolhas, e só um néscio duvidará que, tendo a Alemanha de optar entre a Mitteleuropa e a periferia, não será aos países do Sul que será dito que terão de ir tratar da sua vida.
Mas como alguém disse, há derrotas que são mais gloriosas que algumas vitórias, e existindo em Portugal politicos com tão elevado talento histriónico, certamente que eles tentarão que seja nisso que os Portugueses acreditem.